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Moacyr Scliar conta a história de uma família cujo pai era um reconhecido indigenista. Poti, Cauê e Jaci – os filhos – viviam com a mãe no Sul do Brasil,...

Moacyr Scliar conta a história de uma família cujo pai era um reconhecido indigenista. Poti, Cauê e Jaci – os filhos – viviam com a mãe no Sul do Brasil, enquanto Carlos – o pai – trabalhava na Amazônia. Quando ele voltava para casa era uma festa, principalmente porque era um grande contador de histórias, além de ser um “paizão”.Em uma dessas vindas, ele estava muito fraco e magro. Ao vê-lo assim, Cármen – sua mulher – ficou muito preocupada e, por isso, marcou uma consulta para ele com o médico. Carlos fez alguns exames e o diagnóstico revelou que se tratava de câncer em estágio muito avançado. Ele foi internado. Pouco antes de morrer, disse aos filhos que precisava contar uma coisa importante, mas não conseguiu.Certo dia, um amigo de Carlos, que trabalhava com ele na Amazônia, procurou a família do amigo e revelou o segredo. Carlos fora casado com uma índia e com ela tivera um filho. Esse fato tinha acontecido antes de ele conhecer Cármen, agora sua viúva. O menino índio estava com 14 anos, sua mãe morrera quando ele nasceu. Agora, com a morte de Carlos, o garoto estava jogado à própria sorte, ninguém cuidava dele.A notícia foi um choque para toda a família. A viúva ouviu os filhos e decidiu que traria o menino da Amazônia para viver com eles. Carlinhos chegou e Poti não o recebeu bem. Aos poucos ele foi se adaptando à nova família, e eles a ele. Mas não foi fácil.